O que parecia descanso estava, na verdade, drenando minha mente e meu corpo. Neste texto, compartilho como revisei meus hábitos, usei meu ciclo menstrual para reorganizar minha rotina e transformei a forma como descanso e trabalho.

Quando o que parece descanso começa a te drenar

Você já percebeu que algumas coisas que parecem descanso acabam te deixando mais cansada?

Às vezes a gente entra achando que está nutrindo a mente, mas quando olha de perto, percebe que está apenas enchendo ainda mais a cabeça.

Foi exatamente isso que percebi no meu último ciclo menstrual.

Em vez de só seguir a rotina no automático, parei para revisar os hábitos que vinha praticando desde março. Fiz algo simples, mas com consciência: me perguntei o que realmente estava me nutrindo e o que só estava ocupando espaço. Escrevi tudo, claro!

Essa revisão me trouxe três grandes sacadas:

  1. Nem sempre é o que fazemos que cansa, mas quando e como fazemos.
  2. “Lazer” pode virar fonte de ansiedade se usada para fugir da realidade.
  3. “Reorganizar” energia é mais poderoso do que apenas dar check nas tarefas.

E foi aqui que percebi que precisava olhar meu ciclo menstrual e ver se eu estava alinhada com ele, ou se era hora de mudar os planos para que fizesse mais sentido, pois já deu a gente brigar com o próprio corpo.

1. Revisar para simplificar

Eu comecei olhando para cada hábito: alimentação, leitura, lazer, autocuidado…

E me perguntei: “Isso me aproxima do futuro que quero ou é só um fuga da realidade que estou?”

Essa simples pergunta mudou muito coisa por aqui. Deixei o que fazia sentido, ajustei o que precisava e descartei o que não tinha mais lugar.

Percebi que não era só sobre o que eu fazia, mas quando eu fazia. Foi aí que utilizei (de novo) cada fase do meu ciclo para organizar minha rotina de um jeito mais leve e saudável para essa nova etapa do meu trabalho e dos meus projetos pessoais.

2. Usando o ciclo para viver (e trabalhar) melhor

O ciclo menstrual não é só uma sequência de dias, ele é um mapa de energia, foco e criatividade. Nossa bússola interna.

Quando a gente aprende a perceber esses padrões, fica mais fácil decidir quando estudar, criar, agir, descansar, organizar…

E foi pensando assim que reorganizei a minha agenda:

  • Fase Menstrual (dias de introspecção, mas minha energia não está no chão) Uso para estudar, editar vídeos e podcasts, e revisar coisas importantes. É quando estou mais na minha “caverna interna” e consigo mergulhar sem distrações.
  • Fase Pré-ovulatória (energia em crescimento) Aproveito para continuar os estudos e começar projetos que já estavam organizados. Também é um ótimo momento para gravar, porque minha energia e velocidade estão em alta.
  • Fase Ovulatória (pico da energia e um senso de finalizar pendências chegando) Termino de gravar conteúdos, participar de reuniões (procuro marcar aqui dentro do possível) e resolver pendências que exigem mais interação. Também gosto de editar nessa fase, porque tenho ânimo para finalizar.
  • Fase Pré-menstrual (criatividade e reflexão) É quando minha mente borbulha de ideias e minha escrita flui. Sério, vem uma chuva de download divino. É nessa fase que crio roteiros, textos e tópicos com mais facilidade para gravar depois em outra fase.

Essa divisão não é uma prisão, não é pra ser engessada, ela funciona como um guia.

E, se você quiser aprender a usar as fases do seu ciclo para organizar sua rotina de um jeito que respeite sua energia, é exatamente isso que ensino no Método M.U.S.A. É a base que me permite trabalhar com mais energia e consciência.

3. Quando o lazer vira ansiedade

Outro ponto que precisei ajustar foi o meu lazer.

Eu percebi que meus hobbies estavam me drenando mais do que me restaurando.

Por exemplo:

Eu assistia doramas como se fosse uma maratona, um episódio atrás do outro, e mal terminava uma série e já estava caçando a próxima. Isso parecia relaxamento, mas na verdade estava gerando ansiedade. A história não tinha tempo de ser absorvida, e eu sempre sentia que “faltava algo” para preencher.

A mesma coisa aconteceu com os livros: tinha seis abertos no Kindle. Não é realista achar que vou ler todos ao mesmo tempo. Escolhi dois, um já em andamento e outro do clube do livro. Isso me deu foco e prazer novamente.

A sacada aqui é simples: O descanso real não está em fazer qualquer coisa, mas em escolher o que realmente recarrega. Inclusive, a noite tenho sido ruim em algo novo, ao ficar sem telas depois das 20h30. Atualizações em breve. 😉

4. Alimentar os hormônios (de verdade)

A revisão também passou pela alimentação.

Notei que quanto mais natural e nutritiva ela é, mais sinto diferença no meu corpo e no meu humor. Não se trata de dietas restritivas, e sim de priorizar alimentos que sustentem meus hormônios a longo prazo. Tenho gostado cada vez mais de comer alinhada com as fases do ciclo.

Isso significa observar mais: quais alimentos me deixam mais desperta e estável, e quais me deixam com sono ou desejando a próxima refeição. Pequenos ajustes como trocar biscoitos por algum legume na air fryer já trouxe melhorias por aqui na minha disposição, até Mozão entrou comigo nessa.

E vou te falar, o segredo está no tempero. Use e abuse das especiarias naturais, orégano, páprica defumada, pimenta do reino, cúrcuma…

5. Ser ruim em algo novo

Por último, aceitei o desafio de ser iniciante.

Meditar nunca foi meu forte. Já tentei várias vezes, e sempre parei. Dessa vez, troquei a expectativa de “esvaziar a mente” por algo com mais sentido para mim: um momento de manifestação.

Sento e me imagino vivendo o que desejo para o meu futuro:

Meu trabalho, minha casa, minha vida em todas as áreas. E sinto como se tudo já fosse real. É um exercício recente, mas me motiva porque não preciso ser “boa” nisso, só preciso me comprometer a fazer isso por 20 minutos e daqui a 1 mês eu te conto como foi.

Honestamente, tem algo revigorante em aceitar ser ruim em algo novo.

6. O que você pode levar disso

Talvez o problema não seja o que você faz, mas como, quando e quanto faz.

Se quiser experimentar, aqui vai um passo simples para aplicar ainda hoje:

  1. Faça um inventário dos seus hábitos: todos, até os que parecem inofensivos. Papel e lápis na mão, escreva tudo!
  2. Pergunte: isso me nutre ou me drena?
  3. Ajuste o volume e o momento, às vezes não é cortar, é ajustar para a fase certa do ciclo.
  4. Experimente ser iniciante faça algo novo, mesmo que imperfeito.

Lembre também que desacelerar não é parar, é escolher melhor onde sua energia vai e se você usar seu ciclo como bússola, encontrará um caminho mais leve.

Se você quiser aprender a organizar sua rotina de acordo com o seu ciclo, aplicando na prática essa lógica de energia e foco, eu ensino passo a passo no Método M.U.S.A. É para transformar a forma como você vive e trabalha, um ciclo por vez.

Com leveza,

Fla Carrilho.


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