A leveza me custou caro?

Eu tenho mapeado junto do meu ciclo menstrual a rigidez. Eu me considero uma pessoa muito intensa e o meu trabalho é achar o caminho do meio, pois eu transito muito entre o 8 ou 80, tudo ou nada, quente ou frio… e o morno é um lugar para se considerar também.

Por sorte, mapeando meu ciclo eu não rastreei a rigidez, eu passei a implementar estratégias para ser mais leve. Caso, você queira mapear o seu ciclo menstrual eu recomendo que você conheça no Método M.U.S.A. lá eu te ensino a mapear o seu ciclo para descobrir o que está por trás das suas questões físicas e emocionais, como também te ajudo a ter uma rotina alinhada ao seu ciclo sem abrir mão dos seus compromissos e responsabilidades.

Mas, voltando aqui… Muitos dizem que o morno é como água de salsicha, não tem graça, não tem brilho… mas às vezes o viver é isso também, encontrar o brilho (que só você vai ver) no cotidiano, no ordinário mesmo… E isso foi me levando para uma jornada dentro do meu trabalho e como eu quero me posicionar, sem entrar no modo burnout e nem colocar as pessoas que gostam do meu conteúdo nesse lugar de obesidade mental… O ponto é ser saudável.

Nadando contra a Maré

E lá vem eu querendo nadar contra a maré (haha) não basta tratar o ciclo menstrual de forma ancestral, visceral, com pitadas de misticismo e um punhado de fisiologia. Eu agora decidi usar e entregar meu trabalho de forma saudável nos tempos de congestionamento de conteúdo na internet. Oh là là…

Às vezes eu me pergunto porque faço isso e a resposta vem como: segue o movimento do seu corpo. E o seu corpo assim como o meu não quer mais ser investigado, ele quer ser confiado.

Confie no seu ritmo interno

Estamos tão acostumadas a medir tudo com régua de produtividade e compromisso, que mesmo o prazer tem que se justificar (será que estou me divertindo o suficiente?)

Pensamos coisas como:

Se é leve demais, parece preguiça.

Se é rápido demais, parece inútil.

Se é gostoso demais, parece superficial.

E se você não pensava assim, eu vou te falar que EU pensava assim.

Vou te contar uma coisa, eu criei um protocolo para treinar ginástica íntima em 5 minutos por dia. O que eu chamo de Conexão Yoni, e depois de um tempo fazendo, gostando, já estabelecido na minha rotina… Eu me fiz todas esses questionamentos. É bizarro a forma como a gente (ou eu) achamos que para ter resultado, que para sermos valorizadas, que para realmente vermos valor na gente, as coisas precisam ser chatas, demoradas e sacrificante.

Bem-vinda a patrulha da rigidez interna (que eu me enfiei procurando ser mais disciplinada) kkkkkrying…

E ela não vai embora só porque você decidiu ler quando quiser, ou fazer skincare quando sentir vontade… Ela vai embora quando decidimos parar de transformar o autocuidado em sistema de mérito, com checks e planilhinha excel.

No meu caso é como um video game, onde você tem que pegar todos os itens e fechar todas as fases em 100%, e se você estiver com 97% do jogo feito (ou da rotina) ainda não é 100%. Se esforce mais, faça mais, se empenhe mais.

Percebe porque o Método M.U.S.A. existe?! Antes dele existir para o público, ele foi criado pra mim. Para eu resgatar a leveza de viver um vida realizada. Sem aquela história de mirar no sucesso e acertar no burnout, que inclusive passei por 1 deles meses antes de sentar e escrever o que seria, hoje, o M.U.S.A. <3

A consistência respeita o meu ciclo

Tem uma frase que eu criei pra mim que é: “A consistência respeita o meu ciclo.” Não sou eu que tenho que me encaixar na rotina, é a rotina que precisa se encaixar na minha vida. Agora, é o meu (e o seu) ciclo que vai guiar a consistência.

Isso me levou a questionar o tal do caminho certo, ou como gosto de chamar: o caminho leve.

O caminho leve é aquele que você se sente em paz dentro do próprio corpo, e eu percebi isso quando cortei o cabelo na semana passada.

Eu sempre detestei ter cabelo volumoso, é claro que isso está associado a tudo que eu já ouvi sobre meu cabelo como: cabelo sarara, cabelo de bruxa, cabelo de vassoura… Mas, felizmente fiz as pazes com meu cabelo e estou amando ver o volume dele, principalmente num curtinho que estava doida pra cortar.

Daí vem o ponto do caminho leve que comentei sobre se sentir em paz dentro do próprio corpo. Você não precisa mais se explicar por estar indo leve, porque se está leve viver dentro do teu próprio templo, então não tem como estar errado.

E agora, volto ao assunto do início “o ponto é ser saudável” mas dessa vez na vida profissional

Eu já me perdi de vista tentando virar essa mulher que se auto julgava como “relaxada demais” por querer viver uma vida leve. O prazer também faz parte do dia a dia e eu acabei querendo tirar isso de mim, logo eu que trabalhei tanto pra chegar nesse lugar de leveza e rotina com alegria.

Eu não sei quais são os problemas familiares que você passa, quais são os problemas profissionais que você está lidando, enfim… Mas, eu decidi não querer repetir padrões que vivi nos círculos onde cresci, seja familiar, na escola, no trabalho, no bairro…

Isso está ligado a trilhar uma jornada que em determinados momentos você se sentirá e poderá até estar sozinha, em outros você conhece e encontra pessoas que também estão trilhando essa jornada, depois volta a ficar sozinha e é isso.

Não é linear, não é sempre solitário, mas uma coisa que aprendi é que é desconfortável, e senti na pele a ponto de falar: escolhi viver essa vida e agora que cheguei aqui eu a detesto. LOUCURA!

Era como se o incômodo desses ambientes me trouxesse uma sensação de acolhimento e pertencimento. Mas, pertencer pra que? Pra quem?

É bizarra a forma como nos colocamos em lugares e em caixinhas para não nos sentirmos excluídas e nesse caminho de volta a minha leveza, eu decidi bancá-la de vez, a nadar contra a maré, se necessário, a não viver de forma que não é coerente com o que desejo para mim.

E o que há de tão errado em fazer o que se quer, quando se quer, se isso te faz bem e te mantém viva, inteira, presente?

Daí entra o raio da disciplina que me pegava.

Se eu vou fazer o que quero, na hora que quero, do jeito que quero… Que tipo de resultado eu desejo?

Você deve estar pensando, assim como eu pensava, que coisa boa não sairia de resultado nenhum.

Mas essa disciplina que conhecemos de fazer a mesma coisa todos os dias é triste (chega a ser insana), isso porque procuramos nos encaixar em um mundinho linear, masculino.

Disciplina e consistência são mais importantes para nossa sociedade “certinha” do que o real motivo de fazer o que se faz. E quando falo do real motivo eu digo sobre a motivação mesmo, o motivo que te faz agir, o porque e por quem você faz o que faz.

A motivação já foi muito reprimida, é até como se as pessoas confundissem motivação com estado de humor, se estou com bom humor faço, se não estou não vou fazer.

Motivação é um motivo que te leva a ação, se não há motivo, as ações se tornam mecânicas a ponto de você questionar porque está fazendo tal coisa.

Eu comecei a me questionar porque estava treinando, estudando, trabalhando consistentemente e de forma disciplinada 5 dias por semana e me sentindo estranha, mal, como se faltasse algo… E faltava, faltava eu olhar para mim e cuidar da minha rotina de forma cíclica, onde eu me enxergasse de forma inteira e não fragmentada.

Quando vocês me perguntam “Fla, como eu faço pra manter minha energia alta em todas as fases do ciclo?” Eu entendo vocês, eu passei por isso, sei onde vocês querem chegar com essa pergunta.

Mas a pergunta não é essa, a pergunta é: Como eu me acolho primeiro quando minha energia muda em outras fases do ciclo e a partir daí como eu estruturo minhas demandas de acordo com a energia da fase do ciclo?

E vou te falar, sem acolhimento não dá, não vai.

Você está numa sociedade programada para executar custe o que custar, estamos na era das doenças emocionais, se você não começar o caminho de se acolher, você vai ser mais uma que teve um burnout.

Hoje em dia burnout é tipo gripe, todo mundo ou já pegou, ou quase pegou uma, mas conseguiu segurar a onda antes dela chegar de vez. Infelizmente, é isso que estamos vivendo na atualidade. A era das doenças emocionais.

Mulher cíclica que tenta viver nesse padrão sofre vezes 2, primeiro por querer viver de forma linear e não respeitar as próprias fases e a energia do próprio corpo.

E segundo por sobrecarregar o corpo e com isso o ciclo menstrual começar a “pifar” com cólicas, TPM avassaladora, crises de choro, mudança de humor absurda, aquela fome incontrolável… Não culpe seus hormônios, eles só estão respondendo ao que está sendo sinalizado, nesse caso com sobrecarga, estresse, liberação de cortisol e uma bagunça interna que chega a nível físico e emocional.

O caminho da leveza requer que você decida se quer viver contra ou a favor da sua fisiologia cíclica e feminina

Pare de se enganar em querer abraçar seu lado cíclico quando na verdade você quer mostrar que dá conta de tudo. É mais fácil e posso dizer, mais leve, aceitar que você vai acolher seu lado cíclico em doses homeopáticas do que falar que você está fazendo de tudo e que não vê resultado ainda.

Aqui, nesse espaço, você não é julgada por isso. Se você está lendo isso e não faz a menor ideia ou ainda não sente vontade de colocar o seu ciclo menstrual em foco e ajustar sua vida de forma integral na prática, tudo bem.

Quero que você saiba que está tudo bem você aceitar que agora isso não é uma prioridade para você. Veja a teoria, veja os relatos, vá se habituando a saber que existe esse universo cíclico e ele não é só possível de viver, como muito mais incrível. Muito mais do que de forma linear.

Abraçar seu lado cíclico, é viver na prática, dia a dia, pouco a pouco e quando você perceber já virou hábito. Então fazer tudo de uma vez, querer aplicar tudo numa tacada e querer dar conta de tudo é só repetir os padrões que você (e eu) já conhece, mas com uma roupagem nova.

Sejamos mais leves com a gente mesmo. Sejamos mais conscientes de que não somos lineares e isso não é um defeito.

Aproveita esse momento para ser um ponto de luz e transformação na sua própria vida e eu tenho certeza que vai ressoar nas pessoas a sua volta. Abra mão de continuar perpetuando a rigidez incansável pra provar que você vale a pena, sendo que você já vale sem nem provar.

Agora sua missão é meditar na palavra, deixe esse texto fazer aquele download divino e veja o que seu corpo e ciclo vão reverberar por aí. Se sentir de compartilhar comigo vou adorar saber o que rolou desse lado.

Com leveza,

Fla Carrilho.


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